Novamente decidi escrever sem qualquer razão; apenas por escrever. A mente vazia, sem idéias, tão branca quanto o papel posto sobre a mesa. Na verdade, posto sobre a agenda, onde há folhas em branco, mas escolhi pedir papel ao rapaz do balcão para sentir o gosto da vida boêmia, de quando a inspiração vem sem estar preparado. Veio o papel, um papel qualquer, e não veio a inspiração. Há na mesa ao lado uma senhorita cuja formosura é digna de inspirar uma crônica como as que eu costumava escrever há alguns anos atrás; daquelas paixões repentinas e momentâneas. Mas ando tão sem sal...
Mal posso vê-la daqui. A amiga com quem ela conversa obstrui a visão. Talvez se a visse poderia adivinhar seus pensamentos; se pudesse ver seu sorriso julgaria se é feliz, se é triste; se visse seus gestos poderia adivinhar sua personalidade e anseios. Mas ando tão sem sal...
Vagamente lembro-me dela. Outro dia a vi com uma moça que me pareceu fossem irmãs gêmeas. Vi de longe, e ambas até usavam a mesma maquiagem nos olhos, estendendo para fora o lápis de olho. Lembro que tive vontade de dizer para não aderirem a estes modismos, pois eram já suficientemente belas. Bem poderia eu convidar-me a assentar à mesa, como o fazem muitos homens descarados. E é de se não crer como na maioria das vezes levam a melhor, os ditos! Mas eu não sou assim, nem consigo, mesmo julgando que sou mais interessante.
Permaneço aqui, a terminar minha cerveja, deixar que faça sua maquiagem do modo a que melhor lhe convenha e sinta-se bem, e permitir que o acaso me presenteie, um dia, uma conversa com uma senhorita de igual sorriso, o qual agora tive o prazer de presenciar.
Blumenau, 20/07/2009.
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4 comentários:
Saudades de me sentir acariciada pelas tuas palavras!
Um beijo
pensei que tu nao bebia mais!
A crônica tem data.. hahah Mas estou bebendo novamente, agora como um ser humano normal ;p
Não costumo retocar maquiagem em público.
Estive aqui!
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