Foi uma imagem surpreendente de tão magnífica. Prendeu-se à minha memória, e a lembrança me presenteava bem-estar sempre que pulava para meus momentos de ócio, sentado à qualquer mesa de bar ou assistindo, despercebido, pela janela, o mundo lá fora. Alguma vez na vida você já se apaixonou e sentiu algo belo assim. Era uma sensação semelhante.
Ocorreu a muito tempo atrás, mas lembro como se estivesse acontecendo agora mesmo. Estava em uma das mesas da cafeteria, no shopping, com uma xícara de expresso posta à mesa e me deliciando com crônicas de Rubem Braga; o livro tinha aquele característico aroma de recém-adquirido. Jurava que a doçura do momento não podia alcançar pico mais alto, entretanto, a mágica do acaso me forçou, sem razão alguma, a retirar os olhos da leitura. Então passei a ler outra obra de arte.
Quando surgiu no plano o mundo só não parou porque ela fica mais deslumbrante em slow motion. Posso arriscar dizer que a surpresa em presenciar a cena se equipara ao dia em que abri os olhos em 1984 para pela primeira vez contemplar as novidades do mundo - jamais havia presenciado tamanha beleza. Suas pernas longas e finas entrelaçavam-se num andar majestoso, digno de se abrir um corredor humano para seu passar. Facilmente pode-se imaginar alguém prepotente e altivo quando se lê o descritivo, mas bem sabem todos que isto causaria repulsa no caro Andryo, adorador das coisas singelas e bonitas da vida. Seus grandes e lindos olhos contemplavam o todo, como se apenas por não se importarem tivessem todo o controle dos acontecimentos a seu redor. Isso sem falar no sorriso circunspecto e satisfeito que instigava as pessoas a desejarem ser aquela senhorita fascinante.
Então ela me olhou nos olhos, desconsertou o que restava de minha noite - e de mim - e se foi. Permaneci por alguns minutos ainda ali, perplexo e sem ação, forçando meu entendimento a tentar compreender como ela conseguira em 10 segundos abalar a alguém tão seguro, mas não obtive sucesso. Talvez porque ela é a única que tem uma manchinha no olho.
Blumenau, 08/07/2008.
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9 comentários:
Andryo... Vai tomá no cu!
Está absurdamente bem escrita! E não vou dizer nada mais porque estou me sentindo muito pequena e pobre de vocabulário.
Sinto que tu merece um comentário melhor.
Será que um gigante sente o carinho de alguém que lhe abraça o mindinho do pé esquerdo?
Vc conceguiu me transportar pra dentro de sua mente. Até xeguei a me sentir a guria e olhie em seus olhos. Senti a emoçao, o tempo, e o mistério. Simplesmente lindo de mais!!!!
uau!
-Eu fico imaginando... melhor não como eu queria alguem que escrevesse assim pra mim... pena andryo vc ser meu irmão por que até agora não encontrei ninguêm com essa capacidade...nossa adorei o geito como falava da moça parecia bela mesmo!
às vezes eu também tenho essas visões que me transportam pra outro lugar, hahaha. mas normalmente elas existem apenas na minha imaginação.
é tão lindo o jeito que tu escreve, sei lá, parece até magico sabe, pq faz a imaginação fluir tanto, que pareço estar lá, veendo tudo bem de pertinho. parabéns parabéns parabéns, teu talento é maravilhoso! :*
Qualquer tempo pode ser pouco ou longo demais; a lógica dos números é a palavra e sua vibração.
;)
Oi Andryo é a Dani de Curitiba!
Voltei pra vida de blogueira e estou adicionando seu blog entre os meus favoritos!
Super beijo pra vc =*
Sobre o texto passado,
você sabe mais sobre mulher do que eu que sou mulher.
Mais sobre cabelos e maquiagem.
Vê se pode !
:S
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